terça-feira, 27 de agosto de 2013

Teologia Básica


Para essa e também outras matérias, os alunos do IBC precisarão comprar, ou conseguir emprestado o livro Teologia Básica do Dr. Charles C. Ryrie, editado pela Mundo Cristão. Clique aqui para ser redirecionado para o site da editora. A leitura exigira para as questões introdutórias são as paginas 321 e 322 desse livro. Um resumo dessa leitura precisa ser enviado para o e-mail (pastormarciomartins73@hotmail.com), pois também fará parte da nota final da matéria.

http://ibcportugues.blogspot.com.br/2013/09/crase-exercicio.html

Questões Introdutórias à Soteriologia

Esse, e os demais exercícios de fixação, serão para todos alunos que pretendem ter uma avaliação para que no final do curso recebam um certificado de curso livre de teologia. Portanto, se esse for seu caso, responda as perguntas de acordo com o tópico apresentado nesse módulo e envie um arquivo para o e-mail (pastormarciomartins73@hotmail.com) apresentando suas respostas. O arquivo será salvo na pasta de cada aluno. Quando o aluno concluir o módulo sera enviado ao aluno a nota final da matéria.

1. O que é soteriologia?


2. Quais São os Motivos Deus Salvar Pecadores?

3. Comente Sobre as Três Teológicas Sobre a Salvação.


Se você for apenas um leitor desse blog, tente responder apenas para verificar seu a prendizado.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Glorificação

A extensão da obra redentora de Cristo a nosso favor não estará completa até que nosso corpo seja liberto inteiramente dos efeitos da queda e levado ao estado de perfeição para o qual Deus criou. O dia da glorificação do crente, será um dia de grande vitória porque naquele dia o último inimigo, a morte, será destruída (1 Co 15.25-26). Quando nosso corpo for levantado dentre os mortos, então nossa redenção estará completa.

A glorificação é o passo final da aplicação da redenção. Ocorrerá quando Cristo voltar e levantar dentre os mortos o corpo de todos os crentes que morreram, de todas as épocas, reunindo-o com a alma de cada um, e mudar o corpo de todos os crentes que estiverem vivos, dando assim, ao mesmo tempo, a todos os crentes um corpo ressurreto como o seu.

As vezes fala-se que o AT traz pouca ou nenhuma evidência da esperança de uma futura ressurreição do corpo. Mas temos algumas referências que são provas suficiente dessa crença. Muitos judeus da época de Jesus tinha alguma esperança na ressurreição futura (Jo 11.23-24). Paulo no tribunal, disse a Félix, que ele tinha uma esperança na ressurreição e que seus acusadores judeus também tinham (At 24.15). Os salvos do AT aguardavam a cidade “da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.10). Jó apresenta a mesma esperança (Jó 19.25-26). Os salmistas cantaram essa expectativa (Sl 49.15; 73.24-25). Os profetas afirmaram a mesma crença (Is 26.19; Dn 12.2).

A principal prova da glorificação, ou a ressurreição do corpo está em 1 Coríntios 15.12-58. Paulo discute a natureza do corpo da ressurreição com detalhes nos vs. 35-50.

Em 1 Tessalonicenses Paulo explica que as almas dos que tiverem morrido e partido para estar com Cristo voltarão e serão reunidos aos seus corpos naquele dia, pois Cristo os trará consigo. Outros textos que afirmam a realidade da doutrina da glorificação (Jo 5.28-29, 39-40, 44, 54; Rm 8.11; 2 Co 5.1-10; Fp 3.20).

As fontes de estudos abaixo são de todos os estudos.

BIBLIOGRAFIA

STRONG, Augustus Hopkins – Teologia Sistemática – Vol 2 – Ed.Hagnos – 1a Ed. 2003

HODGE, Charles – Teologia Sistemática – Ed. Hagnos – 1a Ed. 2001

BANCROFT, E. H. – Teologia Elementar – Ed. Batista Regular – 1999

LANGSTON, A. B. – Esboço de Teologia Sistemática – JUERP – 11a Ed. 1994

GRUDEM, Wayne – Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva – Vida Nova – 2005

GUNDRY, Stanley – Teologia Contemporânea – Ed.Mundo Cristão – 2a Ed. 1987

BERKHOF, Louis – Teologia Sistemática – Ed. Luz Para o Caminho – 1994

MCGRATH, Alister E. – Teologia: Sistemática, Histórica e Filosófica – Shedd Publicações – 2005

FACKRE, Gabriel/ NASH, Ronald H./ SANDERS, Jonh – E Aqueles Que Nunca Ouviram ? - Ed. Aleluia – 1a Ed. 1999

BARTH, Karl – Introdução à Teologia Evangélica – Ed. Sinodal –8a Ed. Revisada- 2003

JOINER,Eduardo – Manual Prático de Teologia – Ed.Central Gospel – 1a Ed. 2004

MONDIN , Battista – Os Grandes Teólogos do Século Vinte – ed.Teológica – Ed.2003

BARTH, Karl – Dádiva e Louvor –Artigos Selecionados – Ed.Sinodal -2a Ed. 1996

KIRST,Nelson/KILPP,Nelson/SHWANTES,Milton/RAYMANN,Acir/ZIMMER,Rudi –Dicionário Hebraico/ Português e Aramaico/Português – Ed.Sinodal e Vozes – 17a Ed. 2003

RIENECKER, Fritz/ROGERS, Cleon – Chave linguística do Novo Testamento Grego – Ed.Vida Nova – Ed. 2003

SHOLTZ, Vilson – Novo Testamento Interlinear – Grego/Português – SBB – Ed. 2004

CHAMPLIN, R. N. – Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – vol. 1,3 – Ed.Hagnos – 5a Edição – 2001

FEIBERG,John/GEISLER,Norman/REICHENBACH,Bruce/PINNOCK,Clark –Predestinação e Livre-Arbítrio – quatro perspectivas sobre a soberania de Deus e a liberdade humana – Ed.Mundo Cristão – 1a Ed. 1986

Nova Bíblia de Estudo de Genebra – Cep. Ed. 2003

A Bíblia de Jerusalém – Nova Edição – Ed. Paulinas – 1985

ALMEIDA, João Ferreira de – A Bíblia Sagrada – Ed. Revista e Corrigida Sociedade Bíblica do Brasil – 1998

MCNAIR, S. E. – A Bíblia Explicada – CPAD – 1985

CHAMPLIM, Russell Norman - “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo”- Vol III – Sociedade Religiosa a Voz Bíblica Brasileira

PEARLMAN, Myer – Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Ed. Vida – 1989

TRIBLE, H. W. – Nossas Doutrinas – JUERP – 1969

Site www.monergismo,com



Perseverança

A perseverança é uma contínua operação do Espírito Santo no crente, pela qual a obra da graça divina, iniciada no coração, tem prosseguimento e se completa.

A Confissão de Fé dos Batistas de Londres de 1689
Diz o seguinte: Os que Deus aceitou no Amado, aqueles que foram chamados eficazmente e santificados por seu Espírito, e receberam a fé preciosa (que é dos seus eleitos), esses não podem decair totalmente nem definitivamente do estado de graça. Antes, hão de perseverar até o fim e ser eternamente salvos, tendo em vista que os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis, e Ele continuamente gera e nutre neles a fé, o arrependimento, o amor, a alegria, a esperança e todas as graças que conduzem à imortalidade (João 10.28-29; Filipenses 1.6; 2 Timóteo 2.19; 1 João 2.19). Ainda que muitas tormentas e dilúvios se levantem e se deem contra eles, jamais poderão desarraigá-los da pedra fundamental em que estão firmados, pela fé. Não obstante, a visão perceptível da luz e do amor de Deus pode, para eles, cobrir-se de nuvens e ficar obscurecida (Salmo 89.31-32; 1 Coríntios 11.32), por algum tempo, por causa da incredulidade e das tentações de Satanás. Mesmo assim, Deus continua sendo o mesmo (Malaquias 3.6), e eles serão guardados pelo poder de Deus, com toda certeza, até a salvação final, quando entrarão no gozo da possessão que lhes foi comprada, pois eles estão gravados nas palmas das mãos de seu Senhor, e os seus nomes estão escritos no Livro da Vida, desde toda eternidade.
Essa perseverança não depende de um livre-arbítrio da parte dos santos; mas, sim, decorre da imutabilidade do decreto da eleição (Romanos 8.30; Romanos 9.11,16), fluindo do amor gratuito e inalterável de Deus Pai, sobre a eficácia do mérito e da intercessão de Jesus Cristo; da união com Ele (Romanos 5.9-10; João 14.19); do juramento de Deus (Hebreus 6.17-18); da habitação de seu Espírito (1 João 3.9); da natureza do pacto da graça (Jeremias 32.40). De tudo isso decorrem também a certeza e a infalibilidade da perseverança dos santos.
Levados pela tentação de Satanás e do mundo, pela prevalência da corrupção que ainda permanece dentro deles, ou pela negligência aos meios para a sua própria preservação, os santos podem incorrer em tristes pecados, e continuar em tais pecados, por algum tempo (Mateus 26.70,72,74). Desse modo, eles caem em desagrado perante Deus e entristecem o seu Santo Espírito (Isaías 64.5,9; Efésios 4.30); veem-se privados de bênçãos e confortos (Salmo 51.10,12); têm os seus corações endurecidos e ferida a consciência (Salmo 32.3-4); ofendem e escandalizam outras pessoas; e fazem vir sobre si mesmos os juízos de Deus, ainda nesse mundo (2 Samuel 12.14). Não obstante, eles renovarão o seu arrependimento, e serão preservados através da fé em Cristo Jesus, até o fim (Lucas 22.32,61-62).

O Sínodo de Dorth – Transcrição do Artigo 9, sob o título: A Garantia Desta Preservação, do V ponto principal da doutrina.
Acerca da preservação daqueles escolhidos para salvação e acerca da perseverança dos verdadeiros crentes na fé, os próprios crentes podem estar (e de fato se tornam) seguros de acordo com a medida da sua fé, pela qual eles firmemente creem que são e que sempre permanecerão [sendo] membros verdadeiros e vivos da igreja, e que têm o perdão dos pecados e a vida eterna” (Rm 8.31-39; 2 Tm 4.8,18).

Afirmações Diretas das Escrituras Sobre a Perseverança dos Salvos
  • João 10.27-29: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.”
  • Romanos 11.29“Porque os dons e a vocação de Deus são irretratáveis.”
  • Filipenses 1.6: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus”.
  • Outras passagens: 2 Ts 3.3; 2 Tm 1.12 e 4.19.

A doutrina da eleição nos ensina que a eleição é para um fim. Que fim é esse? A salvação. Quando Deus nos elegeu, não só levou-nos a aceitar a Cristo, pela influência do Espírito Santo, mas também a perseverar até o fim.

Cristo pagou o preço necessário para adquirir o perdão e a aceitação divina do pecador. E sua intercessão pelo seu povo é sempre eficaz (Jo 11.42; Hb 7.25).

Os que estão unidos a Cristo pela fé, tornam-se participantes do seu Espírito, formando com Ele um corpo, nesse corpo flui a vida do Espírito, e os salvos participam dessa vida. Assim como Cristo vive, eles vivem também.

A obra que o Espírito Santo realiza no coração do salvo não condiz com a sabedoria do Espírito Santo, começar uma obra no coração humano e abandona-la em seguida. Seria incoerência pensar que o Espírito Santo faz a alma morta voltar a vida e depois deixá-la morrer.

As Escrituras ensinam que os crentes têm a segurança da salvação antes de morrer (Hb 3.14; 6.11; 10.22; 2 Pd 1.10). Tais ensinos estariam fora de questão, se fosse possível os crentes caírem da graça.

Santificação

Wayne Grudem, define santificação como “uma obra progressiva da parte de Deus e do homem que nos torna cada vez mais livres do pecado e semelhantes a Cristo em nossa vida presente”.

Diferença entre Justificação e a Santificação:

JUSTIFICAÇÃO
SANTIFICAÇÃO
Posição legalCondição interna
De uma vez por todasContinua por toda a vida
Obra inteiramente de DeusNós cooperamos
Perfeita nessa vidaNão é perfeita nessa vida
A mesma em todos os crentesMaior em alguns do que em outros

A santificação é algo que continua por toda a nossa vida. E somos encorajados pelo NT a dar atenção e demonstrar zelo por ela.

O Significado de Termos

A palavra “santificação” é a tradução da palavra grega “hagiasmos”. O verbo grego é “hagiazo”. Essa palavra é traduzida NT as vezes como “santificação” e as vezes traduzido como “santidade”.
Outro termo grego é hagios” que é uma palavra grega derivada de “hagiazo” e é usada tanto como adjetivo como substantivo. Como adjetivo ocorre noventa e três vezes juntamente com “pneuma” (Espírito) para designar o Espírito Santo. Em sessenta e oito outros casos é usada como adjetivo e traduz “santo”. Como substantivo é traduzida duas vezes como “santíssimo”; uma vez como “o mais santo de todos”; quatro vezes “O Santo”; três vezes “lugar santo”; uma vez “coisa santa”; três vezes “santuário” e “santo” ou “santos” sessenta e duas vezes.
Portanto o significado de “hagiasmo” e “hagios” procede de “hagiazo”, segundo o próprio uso deles. Significando “dar ou reconhecer por venerável, honrar, separar de coisas profanas e dedicar a Deus, consagrar; purificar”.

Como é Realizada a Santificação?

Deus, sem dúvida, é o autor dela. Ele é o autor de toda a boa coisa. Ele nos elegeu para ela. Ele a ideou e planeou.

O Espírito Santo é o agente de Deus na realização da santificação: Veja 1 Coríntios 6.11; 2 Tessalonicenses 2.13 e 1 Pedro 1.2. O Espírito Santo realiza a nossa santificação nos guiando (Rm 8.14), transformando (Rm 12.2; 2 Co 2.18), fortificando (Ef 3.16) e nos fazendo frutíferos (Gl 5.22,23).

A morte de Cristo é à base da obra do Espírito Santo. A morte de Cristo provê a base para toda obra do Espírito Santo.
É pela fé que a instrumentalidade da Palavra se faz eficiente (Atos 26.18). A fé é ao mesmo tempo o resultado da obra santificadora do Espírito e o meio principal para Sua obra santificadora. A fé é o meio pelo qual a alma se purifica (Atos 15.9; 1 Pd 1.22). Isso é verdade porque a “fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus” (Rm 10.17). Isso está provado por todas as passagens que ensinam que a verdade promove obediência, previne e purifica do pecado, faz-nos odiar o pecado e crescer na graça (Salmo 119.9, 11, 34, 43, 44, 50, 93, 104; Hb 5.12-14; 1 Pd. 2.2).

Nossas próprias obras são também um meio para nossa presente santificação. O exercício físico é necessário para o fortalecimento do corpo, pois ao praticar exercícios o apetite por alimentos é aumentado, com os alimentos recebemos nutrição, a qual produz crescimento. O exercício espiritual desenvolve apetite para a Palavra de Deus, da qual recebemos nutrimento espiritual que produz crescimento na graça (Rm 6.19).


Entre outros meios menos diretos em nossa presente santificação nomeiem-se a oração, o ministério ordenado de Deus (Ef 4.11,12), frequência à igreja e associação com crentes em capacidade comunal, observância das ordenanças do batismo e da Ceia do Senhor, a observância do dia do Senhor e a disciplinas e as providências de Deus. Todas essas coisas ajudam em nossa presente santificação, não por causa de qualquer virtude intrínseca de si mesmas, mas somente como de um ou outro meio, pois nos coloca em contato com a verdade divina, iluminam nossas mentes em relação a ela e trazem-nos a uma apreciação mais elevada dela e mais completa obediência a ela. É somente dessa maneira que o batismo e a Ceia do Senhor contribuem para a nossa presente santificação. Não são sacramentos e muito menos sacramentos concessores de graças. A graça recebida por meio das ordenanças não é recebida ex opere operato – do mero ato de observância. 

Adoção


A adoção é um ato de Deus por meio do qual ele nos faz membros de sua famíliaA adoção é um privilégio distinto da justificação e da regeneração. Na regeneração tornamos-nos vivos espiritualmente. Ela tem haver com a nossa vida interior. Na justificação nossos pecados são perdoados e isso tem a ver com nossa posição diante de Deus. Na adoção somos inseridos na família de Deus, compartilhando dos privilégios de sermos membros desta família. Isso tem a ver com a nossa comunhão com Deus.

Privilégios da Adoção
  • Possibilidade de falar com Deus e nos referirmos a ele como Pai: Portanto nos dirigimos a ele, não como um escravo, mas como um filho (Mt 6.9; Gl 6.7). O testemunho interno do Espírito Santo, nos faz que instintivamente o chamemos de Pai (Rm 8.15-16).
  • O privilégio de ser guiados pelo Espírito: Esse é um benefício moral pelo qual o Espírito põe em nós o desejo de obedecer a Deus e viver conforme a sua vontade (Rm 8.14).
  • O privilégio de sermos disciplinados pelo Senhor: Em Hebreus 12.5-6 lemos: “E já vos esquecestes da exortação que vos admoesta como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido; pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho.”
  • O privilégio de sermos herdeiros juntos com Cristo e participantes tanto dos sofrimentos como de sua glória posterior (Rm 8.17). A herança que temos junto com Cristo, não diz apenas de sua glória, mas também de seu caminho de padecimento. O entrar na glória é precedido pelo padecer (Lc 24.26).
  • O privilégio de relacionarmos com os outros membros da família de Deus. Sempre que as epístolas se dirigem aos crentes, os chamando de “irmãos” e “irmãs”, a menos que seja especificamente a uma pessoa, esta referência indica a forte compreensão deles da natureza da igreja como uma família de Deus.  Nosso relacionamento deve ser um relacionamento de família (1 Tm 5.1-2). E nosso trabalho deve ser um trabalho em família.

Justificação



A justificação é aquele ato de Deus instantâneo, eterno, gracioso, livre e judicial, pelo qual, devido ao mérito do sangue e da justiça de Cristo, um pecador arrependido e crente é livrado da penalidade da Lei, restaurado ao favor de Deus e considerado como possuindo a justiça imputada de Jesus Cristo; em virtude de tudo de que recebe adoção como um filho.



Deus é o autor da justificação. O homem nada tem que ver com a sua justificação, salvo para recebê-la através da fé que o Espírito Santo o habilita a exercer. A Escritura declara: “É Deus que justifica” (Rm 8.33). E outra vez lemos: “Sendo justificados livremente pela Sua (de Deus) graça por meio da redenção que está em Cristo Jesus” (Rm 3.24). De Cristo se pode dizer que nos justifica só no sentido que Ele pagou o preço da redenção.



Características da justificação:



1). É instantâneo: É um ato e não um processo. Ocorre e está completa no momento em que o indivíduo crê. Não admite graus ou fases. Do publicano se diz ter descido à sua casa justificado. Ele foi justificado completamente no momento em que colocou sua fé na obra propiciatória de Cristo. A justificação do crente está posta sempre em tempo passado. Em toda a Bíblia não há o mais leve vislumbre de um processo contínuo na Justificação.



2). É eterna: Quando alguém se justifica, justificado está por toda a eternidade. A justificação não pode jamais ser revogada ou revertida. É uma vez por todo o tempo e eternidade. Por essa razão Deus pergunta: “Quem lançará qualquer acusação contra os eleitos de Deus?” (Rm 8.33). Cristo pagou inteiro resgate e fez completa satisfação por todos os crentes; doutra maneira Cristo teria de morrer outra vez, ou então o crente cairia em condenação pelos seus pecados futuros. Mas lemos que a oblação de Cristo se fez uma vez por todas (Hb 10.10), e que o crente “não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (João 5.24). Tanto quanto a posição do crente está em foco, ele já passou o juízo. Foi julgado e absolvido completamente e eternamente. Que Paulo ensinou uma justificação eterna e imutável mostra-se no fato de ele sentir-se chamado a defender sua doutrina contra os ataques dos que contenderiam que ela dava licença ao pecado. Isto é a acusação que se faz hoje contra a doutrina que ora estabelecemos. Finalmente lemos: “Por uma oblação Ele aperfeiçoou para sempre aos que se santificam” (Hb 10.14). Verdade é que são os santificados que estão sob consideração nesta cita, mas é aplicável aos justificados também; porque, santificados e justificados são um. Se os santificados são aperfeiçoados para sempre, assim são os justificados. A perfeição aqui é a de estar diante de Deus.



3). É graciosa e livre: O pecador não merece nada às mãos de Deus, exceto condenação. Logo, a justificação é inteiramente de graça. Está assim estabelecido em toda à parte na Escritura, exceto por Tiago que empregou o significado secundário do termo. No sentido primário do termo a justificação nunca está representada como sendo através das obras ou obediências do homem (Rm 3.20; 4.2-6; Tito 3,5). E, enquanto que a justificação é na base da obra meritória e expiatória de Cristo, contudo, da parte de Deus, é livre e espontânea, tanto quanto Deus não estava sob nenhuma obrigação de aceitar a Cristo como nosso substituto.



4). É somente judicial e declarativa: A justificação, no sentido primário, é um termo forense ou legal. É um ato do tribunal do céu. Não faz o crente internamente justo ou santo. Fá-lo justo apenas quanto à sua posição. Muitos confundem sem cessar justificação e santificação; mas não são a mesma coisa. Justificação é apresentada como o oposto de condenação, ao passo que santificação como o oposto de uma natureza pecaminosa (Rm 5.18).



O fundamento da justificação: O fundamento da justificação é o sangue e a justiça de Jesus Cristo. A fé é um meio de justificação, mas não é o fundamento dela. Nada no homem é fundamento da justificação. Deus requer perfeição. O homem, por causa da depravação da carne, não pode render obediência perfeita até mesmo depois da regeneração. Daí a justificação deve achar seu fundamento fora do homem.

A justificação toma tanto o sangue como a justiça de Cristo para constituir o seu fundamento. O Seu sangue nos justifica negativamente, Sua justiça, positivamente. Em outras palavras, o sangue paga a penalidade pelos nossos pecados e a justiça dá posição positiva perante Deus. Não há contradição entre Tiago e Paulo quanto ao fundamento da justificação. Paulo simplesmente usou a palavra grega “dikaioo” no seu sentido primário, para significar fazer alguém legalmente justo, ao passo que Tiago a usou no seu sentido secundário, para significar como mostra e prova estar alguém justo ou tal como devera estar. O mesmo uso que Tiago faz do termo pode-se achar também em Mt 11.9 e 1 Tm 3.16. Paulo ensina que nos é dada uma posição justa diante de Deus pela fé; Tiago ensina que provamos nossa justificação pelas nossas obras. Tanta necessidade há de reconciliar Tiago consigo mesmo como de reconciliar Tiago com Paulo; porque Tiago afirma que “Abraão creu em Deus e que isso lhe foi reconhecido como justiça” (Tiago 2.23).



O meio de justificação: A fé em Cristo é o meio de justificação. Isto é, pela fé é que a justificação é aplicada ou feita experiencial. Ninguém se justifica senão os que crêem. A fé é logicamente anterior à justificação, ainda que não cronologicamente anterior. A justificação é através da fé porque a justificação é só uma de uma série de atos pelos quais Deus nos ajusta para Seu reino aqui e além. Sem fé a justificação se estragaria e não ajudaria a realizar o propósito de Deus em nós. A fé não tem mérito em si ou de si mesma. Ela não é aceita em lugar da nossa obediência. Nem ela produz um rebaixamento do padrão de Deus, de modo que possamos ganhar favor com Deus pelas nossas obras.



Os benefícios da justificação:



1). Liberdade da penalidade da lei: Em Romanos 10.4 lemos: “Cristo é o fim da Lei para justiça de todo àquele que crê”. E Gálatas 3.13 diz: “Cristo nos remiu da maldição da Lei fazendo-se maldição por nós.” Isto quer dizer que, para o crente, a Lei não é mais um instrumento de condenação. Cristo arrancou-lhe as garras para o crente. O Monte Sinai ajuntou-se em tremenda fúria e atirou seus dardos de condenação contra Cristo sobre o madeiro. Ele recebeu esses dardos no Seu próprio corpo na cruz, consumiu sua força e robou-lhes o poder de condenarem o crente. Por essa razão o crente nunca entrará em condenação (João 5.24; Rom. 8.1). Cristo morreu como substituto do crente; daí o crente é para a Lei como um já morto.



2). Restauração ao favor de Deus: A justificação não só alforria meramente o homem da penalidade da Lei: fá-lo à vista de Deus como um que nunca quebrou a Lei. A justificação torna o crente tão inocente perante Deus em relação à sua posição como Adão foi antes de cair.



3). Imputação da justiça de cristo: As passagens seguintes ensinam que, na justificação, a justiça de Cristo nos é imputada ou reconhecida: Rm 3.22, 4.3-6, 10.4; Fp 3.9. Estas passagens nos ensinam que o crente não só é inocente perante Deus, mas é considerado como possuindo a perfeita justiça de Cristo; logo, tanto quanto se considera a posição e o destino do crente, ele é reconhecido como sendo tão justo como Cristo. Sua posição perante Deus é a mesma como aquela de Cristo. Nesta conexão o imortal Bunyan escreveu: “O crente em Cristo está agora, pela graça, envolto sob uma justiça tão completa e abençoada que a Lei do Monte Sinai não pode achar nem falta nem diminuição nele. Isto é o que se chama a justiça de Deus pela fé.”



4). Adoção de filhos: Lemos: “Deus enviou Seu Filho... para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.” (Gl 4.4,5). É na base desta redenção que somos justificados. A adoção é o topo da justificação. Cristo tomou nosso lugar; portanto, quando cremos nEle, tomamos Seu lugar como um filho. É assim que recebemos o direito de nos tornarmos filhos. Está em ordem a adoção para que sejamos “herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” (Rm 8.17), e para que tenhamos um direito legal à herança “incorruptível e impoluta, que não fenece, reservada no céu” para nós (1 Pedro 1.4). Quando fomos justificados, já éramos filhos do diabo. Não podíamos ser inascíturos como tais; daí tínhamos de ser transferidos da família do diabo para a de Deus por adoção. Tornamo-nos filhos experiencialmente pela regeneração, mas legalmente pela adoção. Regeneração e adoção não são as mesmas.



5). Paz com Deus: Romanos 5.1. O crente tem paz com Deus por causa do conhecimento e através do conhecimento de todos os benefícios precedentes.