sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Considerações Introdutórias

Considerações Introdutórias


Soteriologia, a doutrina da salvação é um dos temas mais importantes de toda Bíblia, pois trata da aplicação da obra de redenção, ou seja, a apropriação da vida eterna. O conceito de “salvação” é bem complexo e abordando a totalidade do tempo, passado, presente e futuro. De uma forma ou outra está relacionada a todos os seres humanos. E, está centrada na maior de todas as pessoas: Jesus Cristo, nosso Senhor.

Por uma ótica divina a salvação é a obra completa de Deus para livrar o pecador da condenação conduzindo-o à justificação.

A perspectiva cristã a respeito da salvação reside em duas áreas distintas. Primeiro, reside no fato de que o cristianismo entende que o fundamento da salvação reside na vida, morte e ressurreição de Cristo. Segundo, pela questão de que a forma específica que a salvação assume na tradição cristã. É a partir dessa forma complexa cristã, que analisaremos a nossa matéria.

Os Motivos da Salvação

Por que razão Deus resoveu salvas os pecadores? Por que motivo enfretaria a dor de entregar Seu único Filho para se sacrificar em prol de seres rebeldes? Podemos ver na Bíblia ao menos três motivos pelos quais Deus resolveu salvar pecadores.

Primeiro Motivo Grande é a Demonstração de Amor

Em João 3.16 somos lebrados desse imenso amor e em Romanos 5.8 diz que Deus provou Seu inifito amor quanto entregou Seu Filho para morreu em lugar dos pecadores providênciando-lhe tão grande salvação.

Segundo Motivo é a Demonstração de Graça

Em Efésios 2.7 diz que a salvação é uma demonstração da eterna graça de Deus.

Terceiro Motivo é a Pratica de Boas Obras

Em Efésios 2.10 a palavra nos deixa bem claro que somos salvos para a pratica de boas obras nesse mundo. No versículo 9 desse mesmo capítulo de Efésios diz que não somos salvos pelas obras, mas após a salvação temos que praticar as boas obras e mostrar ao mundo por meio delas que somos salvos.

Três Teológicas Sobre a Salvação

Primeira Abordagem: Universalismo Todos Serão SalvosO universalismo defende a tese de que todos serão salvos, mesmo não ouvido ou respondendo ao evangelho. Esse pensamento tem uma grande influência na tradição cristã. Representa a ideia da vontade redentora universal de Deus e consequentemente a salvação de todas as pessoas. Orígenes, foi representante mais importante dessa tese entre os primeiros escritores cristãos. Ele não aceitava o dualismo, ou seja, sistema de crença que reconhece a existência de dois poderes supremos, um bom e outro mal. Essa crença era característica de várias formas de gnosticismo, muito influente no final do século II. Sua soteriologia era restauracionista, portanto, não poderia incluir um inferno ou um reino de Satanás. Para ele no final tudo será restaurado. Karl Barth, no século XX, desenvolveu ideias semelhantes. John A T. Robinson, teólogo inglês radical, que atuou na década de 1960, apresenta uma abordagem distinta a partir da análise sobre a natureza do amor de Deus. “Em um universo de amor é impossível que exista um céu que tolere uma câmara de horrores”. Essa abordagem também foi defendida por F. E. Schleiermacher, G. C. Berkower, William Barclay, Jacques Ellul.

Segunda Abordagem: Somente OQue Crerem Serão Salvos. Enfatizam a necessidade da fé como pré-requisito da salvação. Agostinho foi um forte defensor desse ponto de vista. Essa posição foi mantida pela maior parte dos escritores da idade média. Tomás de Aquino ensinava que um ato de fé era condição necessária à salvação. João Calvino assumiu essa mesma posição contra o reformador Ulrico Zuínglio, que afirmava que os pagãos piedosos podiam alcançar a salvação. No entanto essa abordagem foi modificada. John Wesley, por exemplo, defendia a necessidade da fé em Deus para a salvação, embora essa fé não precisava ser abertamente cristã em seu caráter. C. S. Lewis, crítico literário e apologista do século XX, alega que aqueles que se comprometem com a busca do bem e da verdade serão salvos, mesmo que não tenha um conhecimento formal de Cristo. Afirmava que existem pessoas em religiões diferentes do cristianismo, mas que em algumas partes se assemelham ao cristianismo e que, portanto, pertencem a Cristo mesmo sem sabê-lo. A afirmação do teólogo jesuíta Karl Rahner é parecida.

Terceira Abordagem: Salvação Particular Somente OEleitos Serão Salvos. Ela possui várias designações como “expiação limitada” ou “salvação particular”. Tem ligações reformadas, e atualmente é muito influente em círculos desse tipo. Contudo suas origens remontam ao século IX, nas obras de Godescalc de Orbais. Seu raciocínio desenvolve no seguinte sentido. Suponhamos que Cristo morreu por todos. Mas nem todos serão salvos. Portanto, conclui-se que a morte de Cristo não teve efeito para aqueles que não serão salvos. Isso torna a morte de Cristo ineficaz. No entanto, se Cristo morreu somente pelos eleitos (aqueles que devem ser salvos), ele teve êxito em sua missão em todos os sentidos.

Linhas de argumentação semelhantes a essa podem ser notadas no final do século XVI e particularmente no século XVII. Essa doutrina, surgida nos círculos puritanos, pode ser assim resumida: Cristo morreu somente pelos eleitos. Embora sua morte seja suficiente para salvar todos, ela somente é eficaz para os eleitos. Em decorrência disso se concluí que a obra de Cristo não foi em vão. Todos aqueles por quem ele morreu são salvos.

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