sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Regeneração

A Obra Regeneradoura


Wayne Grudem define regeneração como sendo “um ato secreto de Deus pelo qual ele nos concede nova vida espiritual”.



Da descrição supra de regeneração notemos que:



É um ato de Deus - O homem não pode dar nascimento a si mesmo. João atribui claramente a regeneração a Deus, ao falar do novo nascimento diz: “Não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (João 1.13). Esta passagem nos diz que a nova natureza não é hereditária; que ela não provém da vontade da velha natureza (carne); e que não se realiza pela vontade de homem algum, mas é operada por Deus. Na regeneração não temos um homem trabalhando por si mesmo ou por algum outro homem, mas um homem trabalhado por Deus. Daí podemos amplificar a afirmação e dizer que a regeneração é um ato soberano de Deus (João 3.8). Na sua fase inicial (vivificação) a regeneração é incondicional. Por ato algum de si mesmo o homem dispõe Deus a regenerá-lo.



É um ato instantâneo – Strong diz: “A regeneração não é uma obra gradual. Conquanto possa haver uma obra gradual da providência de Deus e do Espírito, preparando a mudança, e um reconhecimento gradual dela depois que ocorre, deve haver um instante de tempo em que, sob a influência do Espírito de Deus, a disposição da alma, logo antes hostil a Deus, muda-se para amar. Qualquer outra ideia assume um estado intermediário de indecisões que não tem nenhum caráter moral que seja e confunde a regeneração quer como a convicção quer com a santificação.” Toda passagem da Escritura conduzindo ao novo nascimento implica que ele é instantâneo.



Evidências do novo nascimento - A regeneração genuína deve produzir resultados na vida. Vejamos o que diz as Escrituras:



  • Confiança genuína em Cristo só para a salvação: Notamos que a fé é operada no coração como uma parte (a secundária) ou regeneração, isto é necessariamente assim porque a nova natureza não pode estar na incredulidade. A fé que se opera no homem pela regeneração não se detém por menos que implícita confiança e certeza em Cristo como Salvador pessoal, não é meramente crença a respeito dele, mas fé e confiança nele e sobre ele. Isto é tão abundantemente evidente das passagens que tratam da fé que argumento mais extenso não é preciso para substanciá-lo (Hb 6.1; Rm 4.5).
  • O testemunho e a presença moradora do Espírito: (Rm. 8.16,9; 1 João 3.24; 4.13). O testemunho e a habitação do Espírito não se evidência por algum sentimento vago, místico, abstrato, mas pelo constante poder regente do Espírito (Rm 8.14) produzindo devoção a Deus e uma vida obediente. É pela habitação constante do Espírito e sua operação em nós que Deus executa até ao fim a obra que ele começa em nós na regeneração (Fp 1.6, 2.13). O testemunho e a moradia do Espírito estão evidenciados em todos os modos subsequentes.
  • Prontidão em aceitar a Palavra de Deus: (João 8.47). Uma pessoa regenerada mostrará sempre um desejo de conhecer a vontade de Deus em tudo e seguir essa vontade quando se torna conhecida. Não se achará andando continuamente em obstinada rebelião contra a verdade.
  • Estado cônscio de pecado: (Rm 7.14-25; 1 João 1.8). A nova natureza reconhecerá sempre a presença do pecado no corpo, como no caso de Paulo (Rm 7.14-25). Essa nova natureza tem em si mesma a unção iluminante do Espírito (1 João 2.27) e participa da natureza de Deus mesmo (2 P1.4), sendo criada em justiça e verdadeira santidade (Ef. 4.24). Não pode estar cega ao pecado.
  • Amor de Deus e Justiça: (Jo 8.42; Rm 7.22; 2 Co 5.17; 1 Jo 4.16-19). Juntamente com o estado cônscio de moradia do pecado estará um amor de Deus e justiça, tal como no caso de Paulo. Paulo achou o pecado no corpo, mas contudo alegrou-se na lei de Deus segundo o homem interior.
  • Uma vida que é obediente segundo o seu teor principal: (Jo 14.21-24; Rm 6.14; 8.6,13; Gl 5.24; 1 Jo 1.6; 2.4,15; 3.8,9; 2 Jo 6). A vida da pessoa salva não será perfeita, mas será justa e  obediente quanto ao seu teor principal.
  • Purificação progressiva: (1 Jo 3.3). Enquanto o crente nunca alcançará perfeição sem pecado nesta vida, contudo ele sempre batalha contra os seus próprios pecados.
  • Amor a outros crentes: (1 Jo 3.14, 5.2). Há uma tal afinidade entre as pessoas regeneradas que elas se amam mutuamente. Uma evidência deste amor é que elas se alegram na presença e amizade de uns pelos outros. Deus, porém, ajuntou um outro teste de nosso amor pelos irmãos: se amarmos a Deus e guardamos os seus mandamentos sabemos que amamos os filhos de Deus.
  • Perseverança até ao fim: (Mt 10.22; Rm 11.22; Fp 1.6; Cl 1.23; 1 Jo 3.9; 5.4). A perseverança tanto é uma doutrina da Escritura como a conservação. Pela conservação de Deus somos levados a perseverar.

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